Nas minhas viagens sempre me interessei em visitar museus, centros de arte ou algo relacionado ao design e a arquitetura. Até então as minhas maiores referências eram a Fundação Joan Miró e o Museu de Picasso, em Barcelona. Sem falar nas grandes obras de Gaudi, como a La Pedrera, Casa Batlló e o Park Guell. Confesso que na época fiquei bastante entusiasmada com tudo que vi, mas nada se compara ao que senti quando recentemente tive a oportunidade de conhecer o MOMA (Museu de Arte Moderna de Nova York). Pode parecer clichê, mas é um passeio que recomendo, pois com certeza, mesmo para aqueles que não apreciam ou não gostam de arte, o MOMA é um local surpreendente.
Por quê o MOMA?
Localizado em um prédio na região central de Manhattan, ele é considerado um dos museus mais importantes da arte contemporânea na atualidade, recebendo um grande número de visitantes diariamente. Podemos iniciar destacando as características arquitetônicas do prédio no qual ele está instalado, altamente arrojadas e modernas. Lá podemos encontrar um acervo com mais de 140.000 peças, entre esculturas, pinturas, fotografias, objetos de design, maquetes, além de 300 mil livros dos mais diversos artistas. Sazonalmente também ocorrem mostras itinerantes no local.
- Pop Arte. Fonte:Acervo pessoal
As obras estão distribuídas em seis andares, estrategicamente planejados por temas para que possamos nos envolver, circular e aprecia-las de forma tranquila. Adotei com estratégia de conhecer o museu de cima para baixo. Iniciei pelo sexto andar e fui descendo gradativamente de acordo com meu interesse. Foi a melhor coisa que fiz, porque comecei super entusiasmada pelo andar que mostra grandes projetos de arquitetura. Para a minha surpresa, me deparei com várias obras arquitetônicas brasileiras, entre elas a maquete do MASP (Museu de Arte de São Paulo) e obras do nosso renomado arquiteto Oscar Niemeyer.
Mas o que me surpreendeu mesmo foi poder estar perto de tantas obras de artistas de grande reconhecimento como Pablo Picasso, Juan Miró, Claude Monet, Piet Mondrian entre outros. Foi aí que tive noção da importância de você ter a oportunidade de apreciar tantas obras de enorme relevância cultural em um único local.
O que ficou desta experiência?
Cada andar que descia me deparava com obras que me tocavam de forma diferente. Tive vários momentos de inspiração, muitas vezes por meio das obras mais simples. Observei como de fato a beleza não está só nas obras mais complexas ou exageradas, mas nas pequenas coisas, retratadas apenas por composições de cores ou formas abstratas. O resultado era de uma sutileza e leveza ímpar, me fazendo perceber que podemos ser capazes de projetar algo similar e com tamanha sensibilidade.
- Obra: Cores para uma grande parede, 1951- Ellsworth Kelly(1923) -Estados Unidos. Técnica: Óleo em Canvas.
- Obra: Cama, 1955- Robert Rouschenberg (1925-2008)-Estados Unidos. Técnica: Óleo e lápis, em colchas de almofadas e lençois em suporte de madeira
Resolvi escrever sobre esta experiência para mostrar que mesmo tendo uma vivência e uma formação crítica em Design e Arquitetura, e estas afirmarem em suas definições que a arte se difere de ambas, entendo que há semelhanças entre elas. Arte, Design e Arquitetura buscam a sensibilidade da interpretação do que está sendo feito. É neste momento que vejo a beleza e o verdadeiro entendimento de se apreciar e investir em obras de arte, mesmo que o artista não seja conhecido ou renomado. O que importa é o que ela expressa, por meio da técnica utilizada, sobre a visão de mundo que o artista deseja retratar, esteja ele em um ateliê ou em uma calçada. Isso também é arte.
- Obra: Dinamismo de um Jogador de Futebol-1913. Umberto Boccioni(1882-1916) Italia. Técnica: Óleo em Canvas. Fonte: Acervo pessoal.
- Luminária pendente orgânica .Fonte: Acervo pessoal.
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